[...] estava escuro naquele sombrio quarto, a garota de joelho rezava, suplicava por piedade á Deus, o sofrimento daquela garota ardia a alma, a fazia morrer a cada segundo. Ela se arrastava pelo chão, berrando rouca, sem força, uma canção de ninar a garotinha que adormecia no berço. A criança não correspondia a mãe, dormia, apenas sonhava num sonho eterno, as moscas não lhe poupava, isso deixava Rose nervosa, apavorada, não sabia o que fazer, a garotinha, nua não se movia, não clamava dor, não mais.
Rose se levantou do chão, e foi até o banheiro, parede manchadas, baratas saiam de todos os cantos, ela lavou seu rosto, se olhou no espelho, e sofria ardentemente ao ver a imagem de desespero em sua face, sabia ela que tudo era sua culpa, ela não era gente, ela era o demônio. Estava atormentada, seus dentes amarelados, olheiras chegando perto da boca roxa, seu rosto estava pálido, sem sangue, gelado. Ela sentia-se feia, doente, sem vida. Nada fazia sentido naquele momento.
Seu coração batia lentamente, ela sabia que sua vez estava proxima, e berrava rezas em outra linguagem, esperando por resposta, pedir perdão era a única maneira que ela encontrava de salvar-se daquele castigo, e não haviam poupado dessa, o remorso algum dia chegaria.
As moscas, baratas rodiavam aquele berço, ela não se importava mais, deixava que os vermes se alimentassem daquela carne já morta, daquela criança que esperava o amor, que recebera o ódio, a ignorancia, e o mal, o mal de quem jamais amara, jamais tivera um coração.
11h55 27 de julho de 1922
Dor, gritos, berros, sofrimento, e muita dor de sobra. Filha de Rose, estaria para nascer. Ela apenas berrava, chorava sangue, chorava o ódio, aquela criança não seria bem vinda.
Ela pegou uma vela, acendeu no mesmo momento, abriu as cortinas, ventava muito naquela noite, o uivos do vento era assustador, a casa que permanecera era distante de qualquer lugar que possa imaginar. Rose fexava os olhos, e andava pra lá e pra cá, sentia a bolsa se romper, e a hora estava para chegar.
Sozinha, casa mal iluminada, correu á cozinha, e achou um garfo. Beijou o garfo, e gritou.
_Saia de mim maldito. Será ódiado até a sua morte. - e chorava de dor.
Espetou sua barriga até sangrar, vários golpes de garfadas, sua barriga sangrava, muito mais que pudesse imaginar, ela fexava os olhos e golpeava sem dó, como se não sentisse a dor.
A pobre criança nasceu, tinha o tamanho um pouco maior que a palma de sua mão, e ela chorava, e chorava estranhando o mundo, seus primeiros batimentos fora da barriga de Rose, a pequena sofreu alguns corte na cabeça, mais estava viva, e despreparada para sofrer tanto quando Rose a prometera quando finalmente saisse dentro de sí.
Rose a pegou pelo pescoço, meio fraca, sentou-se numa cadeira de balanço, deixando o bebê no chão frio, onde ventava muito. Ela ria e chorava, e balançavasse, vestida num vestidinho imundo branco amarelado, sujo de sangue, rasgou o vestido, e pegou a criança, dando o de mamar, o sangue era misturado com o leite, e só sangrava seus seios pequenos, ela estava faminta, e mordia até a carne dos seios. E Rose a odiava cada segundo mais.
_agora, é hora de você banhar para dormir Bella. - e ria, pegando a pobre por um braço só, frágeis braçinhos.
Bella somente chorava, seu corpinho estava marcado de arranhoes das unhas de Rose, a água fria deixava o corpo num tom azulado, fazendo movimentos querendo salvar-se da maldição de Rose. Os cabelinhos da pequena garotinha perdia na água, e logo sua mãe afogava seu rostinho pálido na água, pouco minutos boiou, e já não tivera mais vida.
Rose ria, as cortinas balançavam, os uivos berravam, e a vida chegara ao fim.
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