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segunda-feira, junho 11, 2012

Don't go, please.

Final de tarde, de verão. O vento abafado balançava os girassol gigante daquele campo, as nuvens branquinhas no céu tinham formatos de dinossauros, com um contraste azul do céu, e brilho do pôr do sol. De longe, podia se observar um garoto alegre a brincar, tinha os braços e penas finas e alongadas, seus cabelos negrinhos pareciam algodão ao toque, trajava um short do exército acima do joelho, uma camisa maior que ele mesmo, o rosto num formato inconfundível, olhar de curioso, e sorriso muito sapeca. Percorria pelo campo, a brincar como quem sabe voar, e ele sabia...seus pensamentos, visões questionáveis, faziam o garotinho viajar por onde quisesse ir; andava com uma gaita pendurada no pescoço, pés descalços, uma miniatura de "batata", o Sr. Batata quis dizer, era o mestre dos brinquedos, por mais simples que fosse, o garoto era uma verdadeiro explorador. Após terminar sua incrível jornada de exploração diária, se cansou, a respiração já estava ofegante, então, resolveu descansar, indo para o melhor esconderijo do mundo, onde iria pra pensar, chorar e rir, entre os girassóis, os mais gigantes, ia todos os dias ficar por lá.

O sol já estava para brilhar em outro lugar, era finalzinho de tarde, com as mãos no joelho, à analisar o caule daquelas flores, e silenciou-se, e quando menos esperou uma borboleta amarela pousou em seu nariz, ele deu um pulo surpreso, até perceber que outra vinha atrás, e pousou em sua perna, e outra em seu ombro, e outra voando em sua volta, ele não se moveu, e quando menos esperou elas voavam em sua volta, brincando. Por um momento não acreditou, nunca estivera tão próximo a borboletas, e ficara fascinado, fechou os olhos, e sentiu as borboletas em seu ombro, sentiu ainda como se elas tivessem puxando ele pra voar, e deixou a melhor sensação do mundo tomar conta de si. Ao abrir os olhinhos puxados parecidos com pitanga, tornou-se a querer toca-las, então as viu partir, e ele nem se pois a dar tchau, elas voltariam seria melhor acreditar.

De longe, não tão de longe berrava uma voz feminina, chamando para adentrar em casa logo de imediato. Ele deu os ombros, sem entender a partida das borboletas, pegou sua gaita, e se pois a tocar, canção ainda sem sentido, mas que a melodia do momento combinava perfeitamente com o entardecer, e com o cheirinho de chá impregnado naquele Minas Gerais.

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